o velho sentado
rumina memórias
num mastigado infinito
sua boca conversa
com ouvidos de outrora
o que conversa esse velho?
a que gente ele fala?
ritornelo incessante
suas palavras não ditas
retornam sempre
e sem pressa
a um espaço infinito
a um tempo inconstante
ilhado em si mesmo
a solidão o consome
Filoctetes com fome de ouvintes
segue saboreando
indistintamente
pouco a pouco
passo a passo
o doce e o amargo
das lembranças criadas
das memórias perdidas
* 2º lugar, na categoria poema, do Concurso Flor de Cactos (UFRN - 2010)
Vixxi ... vou almoçar ... volto já pra comentar o resto..
ResponderExcluirEssa poesia... me faz pesar o e tempo... vereficar a diferença que há na ausências de certas pessoas nele...Meu avô... sua cadeira...
ResponderExcluirde balanço...
o Seu cachimbo...
o Balanço...
O rio
seu olhar por ele...
Um mapa de memórias...
cada onda com suas estórias
os rios tem ondas de vento
ondas de tempo...
e Vó
que dos olhinhos emprestava...
o brilho as ondas
reflexo do sol, dizendo...
é mintira desse caduco...
num tá vendo que ele num ia pudê fazê uma coisa dessa...
ria ... eu,besta ... minha irmã, mais besta ainda
e o vei meu avô, que de besta num tinha nada
De meu avô... a memória...
sempre foi uma namorada
falando-lhe...mesmo calada,
de seu cachimbo..
em cada baforada...
um tudo, um nada...
Um, numa vida passada...
a passada
Meu avó... de herança
deixou-me...
Sua memória inventada!
Poxa... eu... vi vir o texto depois que reli essa seu poema. Boas provocações, você faz quando escreve... nos rendeu até outra poesia kkk